13 de novembro de 2009

Re-visto-me

Tirou-me a inocência, arrancou-me a dignidade e me fez sangrar.
Maldito libido púdico, fez-me tirar as vestes depois de alguns goles, ouvir sussurros eloqüentes e envolver-me em teu corpo quente.
Os sentimentos já haviam sido esquecidos àquela hora, somente os desejos da carne importavam.
Amor? Afeto? Nada disso fazia sentido. A verdade é que queríamos ter a noite mais prazerosa da nossa juventude e nada mais importava.
Olhei pela janela e já era hora. A madrugada já estava desfeita e vi teu corpo lívido perdido entre os cobertores e lençóis amarrotados, sua respiração estava relaxada. Parecia até inocente, não perverso como esteve nas últimas quatro horas. Não havia mais respirações ofegantes misturadas com gemidos oprimidos.
Fitei-o mais uma vez. A última.
Pintei os olhos cansados com cajal preto e a boca em tom provocante, penteei os cabelos desgrenhados com os dedos e acendi um cigarro.
Eu poderia ficar ali pelo resto da vida, se quisesse... Mas juntei meu orgulho e fechei a porta.

10 de novembro de 2009

volto, revolto; (Re)volto

360 dias e lá vai pedrada cessaram-me antigos desejos.
360 dias e algumas muitas fodas a mais esfomearam-me - por pratos requintados; jantares à luz de velas. Meu paladar aguçou-se, boy. Minhas lingeries encareceram e seus elásticos estão mais fortes, flexíveis apenas a minhas vontades.
Teus braços caucasianos jamais me tomaram a força - nem nos velhos tempos, diga-se de passagem. Eu me rendi, quando me rendi, por conta própria e a meu bel-prazer. O porquê dessas sinceridades inesperadas (inapropriadas)? O fato é que cansei de alimentar falsos frissons.
Diamonds are a girls best friend serve só para desviar a atenção da verdade impudica; o que nós precisamos sempre a tiracolo são aquelas calcinhas, nossas benditas.